O novo mundo da realidade virtual
Já foi desenvolvido, nos Estados
Unidos, um sistema de interação com a tela do micro que permite a rolagem das
linhas do texto por meio do movimento dos olhos. Pode-se também trabalhar com
programas gráficos onde o usuário controla um “lápis” na tela do micro
deslocando-o com os olhos: levanta-o e o apóia no “papel” com uma piscada. Uma
minúscula câmera de vídeo, embutida sob o monitor, capta os movimentos da
pupila e passa a informação para o programa que gerência as coordenadas da
tela.
A expressão “falar
com os seus botões” pode adquirir um significado inusitado, com o
aperfeiçoamento das interfaces de voz. Em um minuto, uma pessoa fala 200
palavras, mas não consegue digitar mais do que sessenta. O uso do computador na
escuridão total torna-se possível. Com o comando de voz, as mãos ficam livres
para outras tarefas, tornando possível, por exemplo, escrever enquanto se
dirige um carro.
Mas é na simulação
da vivência em ambientes tridimensionais, como se o usuário estivesse presente
neles, que se concretiza o conceito de realidade virtual. Ainda no terreno de
experiências, já existem e funcionam diversas interfaces em 3D na NASA, em
laboratórios da Nintendo e na indústria de produtos para desenho industrial.
A Nintendo criou a
sua PowerGlove, uma luva que controla os movimentos na tela, através de
sensores que captam todos os gestos da mão. A SimGraphics Engineering produz o
FlyingMouse, um mouse que detecta qualquer posição onde esteja, e não apenas
sobre um tapetinho bidimensional. A NASA, com o projeto VIEW (Virtual Interface
Environment Workstation, estação de trabalho em ambiente de interface virtual),
desenvolveu um visor que, colocado sobre o rosto, permite visão estereoscópica,
com suas imagens controladas pela voz do usuário e por luvas e sensores que
registram os movimentos da cabeça, dos olhos, pernas e mãos.
Embora tais sistemas
já existam, seu custo ainda não torna viável pensar em substituir teclado e
mouse em curto prazo, mas já estão mudando significativamente a vida de pessoas
tetraplégicas ou portadoras de paralisia cerebral.
Esse parece ser o
grande salto de qualidade das novas tecnologias rumo à realidade virtual:
enquanto para a maioria das pessoas podem não passar de maior comodidade ou
diversão, para os deficientes físicos elas trarão uma nova interação com o
mundo, não apenas permitindo o controle das luzes de seu próprio quarto, por
exemplo, mas simulando atividades para eles impossíveis, como participar de uma
corrida de velocidade, nadar ou jogar tênis. Aprender sobre o hardware de um
computador vendo seus componentes e sua “vida” interna, como no filme Tron,
estudar a arquitetura de um edifício passeando dentro dele, viajar a outros
países ou épocas sem sair do lugar, planejar uma cirurgia antes de sua
realização são algumas das possibilidades que podem ajudar a transformar a
educação, a técnica e a ciência, além das atrações no campo do lazer e da
diversão.(superinteressante)
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